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11 outubro 2006

Vale do Âncora

Tomei conhecimento desta situação através de um email enviado por um familiar e que contém um texto da autoria de Joaquim Vasconcelos, escrito em 21 de Julho de 2006.
Trata-se de uma área que me é muito querida. E mesmo que assim não fosse: o texto que se segue expõe um claro atentado contra a saúde pública e, acima de tudo, contra a integridade de uma área natural belíssima e extremamente importante para muitos nichos ecológicos.
Damo-nos ao luxo de destruir o que de melhor temos e depois queixamo-nos de sermos um país pobre.
Como já dizia a minha avozinha: ninguém é pobre se não de espírito!


O Vale do Âncora, que ainda há uma dúzia de anos foi proposto como área de paisagem protegida, vê todo o seu património ambiental ser tomado de assalto, sem que os responsáveis autárquicos se oponham.
Depois de permitirem a implantação de uma ETAR intermunicipal no interior da Mata da Gelfa, (que está a poluir a praia de Âncora), ou da IC1 a rasgar a Bacia Hidrográfica do rio Âncora em dezenas de quilómetros, sem qualquer corredor ecológico, criando uma descontinuidade ambiental de consequências imprevisíveis, deparou-se um cenário surrealista, num dos locais mais emblemáticos do Vale do Âncora.
O Pincho – S. Lourenço da Montaria-, local paradisíaco do Vale do Âncora, cenário de filmes, localizado no coração do Vale, apresentava o seu lago, de cor barrento. Aquela limpidez de tons esverdeados foi substituída pela cor de um rio em estado “moribundo”.


Mas a degradação na área envolvente a esse local, com lixo por todo o lado, remete-nos a países do terceiro mundo, e a sensação de um abandono que não permite a tão apregoada fixação dos seus habitantes.


E enquanto os responsáveis deste país vão falando em desertificação, descentralização e criação de condições para fixação das populações, deparamos com a destruição de um pólo de atracção que é procurado por milhares de pessoas todos os anos, totalmente poluído. De facto os responsáveis autárquicos de Viana do Castelo, cegos com o protagonismo, vão fazendo demagogia com o “edifício Coutinho”, e esquecem-se de tudo o que os rodeia. Embora o País “esteja de tanga”, em Viana do Castelo pensa-se gastar milhões, para implodir um prédio.
Enquanto isso se prepara, o património do concelho está abandonado, caso da Mamoa de Ereira – Afife, Cividade Âncora- Afife e agora, o rio Âncora e as suas margens. As imagens são elucidativas, mas se não acreditarem visitem o Pincho, e sentirão que de facto algo está errado neste País.

Quanto ao Vale do Âncora, alguém o deve ter amaldiçoado…

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