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01 fevereiro 2009

Criaturas Estranhas - O Tubarão Duende

O Tubarão Duende (Goblin Shark), com o nome científico de Mitsukurina Owstoni, é um animal solitário que vive no fundo dos oceanos, abaixo dos 250 metros de profundidade.
O espécime encontrado a maior profundidade estava a 1300m.
No entanto, não é grande a lista de Tubarões Duende encontrados com vida: só 45 casos se encontram documentados e cientificamente comprovados.
Pensa-se que esta espécie é uma das mais antigas espécies de tubarão existentes no mundo animal.



Tal como dito anteriormente, a maior parte dos espécimes são já encontrados sem vida.
Muitos dos Tubarões Duende foram encontrados nas águas do Japão, mas há relatos de espécimes apanhados junto à costa da África do Sul e vários locais ao longo do Oceano Pacífico. Menos casos foram documentados nas orlas costeiras da Austrália e Nova Zelândia.
Esta espécie habita também o Oceano Atlântico. Com efeito, foram encontrados espécimes junto do Golfo do México, perto da Guiana Francesa, no Golfo de Biscaia, junto do Arquipélago Madeirense e mesmo ao largo da costa Portuguesa.


O Tubarão Duende foi originalmente descrito em 1898 por Jordan, que lhe deu o nome de Mitsukurina Owstoni, após ter obtido um espécimen no Mar de Sagami, ao largo de Yokohama.

Estes tubarões podem atingir mais de 3m de comprimento e pesar mais de 150Kg. O seu corpo tem a forma típica (semi-fusiforme) de um tubarão, no entanto as suas barbatanas não são pontiagudas, mas sim de implante baixo e pontas arredondadas. As barbatanas anal e pélvica são bastante maiores que as dorsais.

A sua coloração rosa, única entre os tubarões, deve-se ao emaranhado de vasos sanguíneos sob uma pele semi-transparente e fina, que se lesiona facilmente. As barbatanas, por seu lado, têm uma aparência azulada.
Estes tubarões são desprovidos de membranas nictitantes (aquelas que, nos olhos, cerram horizontalmente, oferecendo protecção adicional).
Uma das suas principais características é também o seu longo nariz em forma de faca, provido de inúmeras células sensoriais. A sua boca é bastante grande, com dentes frontais compridos e em forma de agulha e outro conjunto de dentes, mais atrás, especialmente adaptados para destruir e esmagar.
O fígado do Tubarão Duende pode atingir cerca de 25% do seu peso corporal, facto que ainda não se encontra totalmente compreendido pela comunidade científica.



O Tubarão Duende tem uma alimentação variada, que vai desde lulas, caranguejos e peixes que habitam o fundo oceânico.
Sabe-se muito pouco acerca da história desta espécie, da sua vida e do seu ciclo reprodutivo, uma vez que os encontros com estes animais são extremamente raros. Apesar da sua raridade, não parecem existir ameaças contra a sobrevivência das suas populações, pelo que esta não foi ainda classificada como espécie em vias de extinção.


O primeiro Tubarão Duende encontrado foi apanhado por um pescador japonês em 1897, ao largo de Yokohama. O espécimen foi mais tarde identificado como um macho adulto.

Em 2003, mais de uma centena de Tubarões Duende foram apanhados na costa Noroeste de Taiwan, local onde nunca tinham sido avistados antes. De acordo com especialistas, este acontecimento deu-se logo após a ocorrência de um pequeno terramoto naquela área.

A Universidade Tokay conseguiu manter um Tubarão Duende em cativeiro durante uma semana, após a qual o espécimen veio a falecer.


A 25 de Janeiro de 2007 um Tubarão Duende de 1,3m de comprimento foi encontrado com vida na Baía de Tokyo, a cerca de 2o0m de profundidade. Foi levado para o Tokyo Sea Life Park e acomodado num dos seus aquários, mas faleceu dois dias depois, a 27 de Janeiro.

Tem graça, perdemos horas e energia a lembrar e relembrar toda a gente que a protecção das espécies é importantíssima, a condenar a pesca e caça desportiva, etc, etc... Mas quando encontramos um animal raro e quase pré-histórico, que sabemos, por experiências anteriores, que não sobrevive muito tempo fora do seu habitat natural, o que fazemos? Levamo-lo de volta para "o seu cantinho"? Naaah, vamos expô-lo num aquário, para toda a gente ver...

Bastante Victoriano, não?

3 comentários:

  1. E a tal chamada curiosidade humana, si o bicho já é encontrado a mais de 200 mts de profundidade isso que dizer claramente que ele não vai sobreviver em aquário.

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  2. Adorei este blog. Vim parar aqui ao acaso, ainda bem que à estes você não manda embora.
    De fato tenho que lidar os parabéns... Me identifiquei bastante com seu blog, sei lá o por que. Estou postando o comentário neste post mais antigo porque foi o primeiro que li. Geralmente comentários como este que este que foi escrito (apesar de eu ainda estar escrevendo-o, para quem for ler o atual presente será passado, então...) são feitos no post mais recente, apesar de eu ter lidos outros (logicamente mais recentes).

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  3. Gostei muito deste blog, nunca tinha visto um tubarão assim tão estranho.
    Tenho 10 anos e fiquei muito surpreendido, como é que as pessoas os conseguem tirar de onde eles vivem, porque já sabem que vão morrer, porque não estão no seu habitat natural.
    Também fiquei triste ao ler que os animais morriam nos aquários.

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