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04 fevereiro 2008

Tigões

Já aqui falámos em Ligres, criaturas híbridas resultantes de um cruzamento entre um leão e um tigre fêmea.

Desta vez vamos conhecer os Tigões (Tigons, Tigrons, Tions ou Tiglons), criaturas híbridas que surgem a partir do cruzamento entre uma leoa e um tigre.

Apesar de hoje serem mais raros do que os ligres, os tigões eram criaturas muito comuns entre o final do séc. XIX e início do séc. XX.

Podendo exibir características de ambos progenitores, têm muitas vezes manchas ténues que herdam da mãe (os leões são portadores de genes que lhes conferem manchas, daí o facto de a maior parte das crias desta espécie ser malhada) e listas herdadas do pai. As cores destes animais vão do ocre claro a um amarelo acastanhado, mais intenso do que o ostentado na pelagem do leão

Os tigões podem também desenvolver juba, apesar de tal ocorrer mais tardiamente e de esta ser mais curta e menos vistosa que a de um leão.

O seu porte não excede o das espécies parentais, porque este híbrido vai herdar genes inibidores do crescimento por parte da mãe leoa. No entanto, apesar de ser comum dizer-se que estes animais são menores que os leões ou os tigres, eles podem atingir 180kg de peso, quando adultos.

O facto de estes animais serem menos frequentes pode dever-se à subtileza do comportamento da leoa, no que se relaciona com os rituais de acasalamento. Assim, os sinais de acasalamento emitidos por esta podem passar despercebidos pelo tigre, pelo que o cruzamento é mais raro.

A realização deste tipo de cruzamentos em cativeiro tem sido comum ao longo dos tempos. Existem relatos da oferta de um tigão à Rainha Vitória de Inglaterra em 1837, como presente da Princesa de Jamnagar (um estado da Índia).

O facto de a sua aparência ser menos exótica do que a dos ligres faz com que não sejam objecto de tanto interesse. O seu tamanho e aparência irá depender dos espécimes dos quais teve origem e da interacção dos seus genes.

O rugido destes animais é descrito como uma mistura dos sons realizados pelas espécies progenitoras.

Os tigões macho são estéreis, enquanto que as fêmeas são geralmente férteis. Devido ao facto de só as fêmeas de ligres e tigões serem férteis, estas duas espécies híbridas não se cruzam.

Na Índia, uma tigão fêmea (Rudhrani) e um leão asiático (Debabrata) acasalaram, dando origem a um híbrido de segunda geração denominado li-tigão. Durante a sua vida, Rudhrani teve sete li-tigões, tendo alguns deles atingido portes admiráveis. Um deles, Cubanacan, pesava cerca de 360kg, tinha uma altura de 1,32m e media 3,5m de comprimento total.

Existem também relatos da existência de ti-tigões, resultantes do cruzamento entre uma tigão fêmea e um tigre. Assemelhando-se a um tigre dourado, as listas exibidas pelo ti-tigão apresentam maior contraste.

Uma tigão fêmea (Noelle) partilhou território na Reserva de Shambala com um tigre siberiano (Anton). Em 1983, Noelle deu à luz um ti-tigão chamado Nathaniel. Sendo geneticamente 3/4 tigre, este espécime tinha listas mais escuras que a mãe e vocalizações mais semelhantes à de um tigre, não tendo desenvolvido qualquer juba. No entanto, relembrando a potencial fragilidade acrescida da hibridização genética, tanto Nathaniel como Noelle desenvolveram cancro, tendo vindo a morrer devido a esta doença.

tigao

Tal como a maior parte das espécies híbridas, os tigões têm uma esperança média de vida relativamente curta.


Fontes: Just google for it...

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