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30 agosto 2010

Isto já vem de trás

Pelo que percebi deste artigo, publicado hoje no Blog "100 Reféns" do Expresso, a tradição de mau condutor vem já desde os primórdios da existência de automóveis em Portugal.
Já diz o povo "pau que nasce torto, tarde ou nunca endireita"...


Primeira viagem de automóvel em Portugal matou um burro

Segundo a edição "Portugal há 100 anos" da revista Visão Historia, o primeiro mau exemplo nas estradas deste país ao volante de um automóvel foi dado em 1896 por Jorge de Avilez - conde de mesmo nome ("oferta" da monarquia) - ao volante de um Panhard-Levassor. Farto que estava de andar sempre agarrado ao cavalo, o conde encomendou um automóvel que chegou de França. Uma novidade - foi mesmo o primeiro e durante algum tempo único automóvel a circular nas estradas do nosso país.

O Conde - ilegal na estrada pois não tinha carta de condução, ou talvez não estivesse pois em boa verdade não existiam sequer escolas e o automóvel era exemplar único - partiu de Lisboa em direcção a Santiago do Cacém na viagem inaugural do veículo. Aparentemente tudo corria sobre rodas, até porque o trânsito era reduzido. Algumas ultrapassagens a carroças e cavalos, mas nada de carros, motas, camiões, placas, rotundas, brigadas da GNR, radares, portagens e afins. Era sempre a abrir no Levassor. E levava o conde o diabo no corpinho e o pedal a comer a carpete quando quis o destino que um burro se lhe atravessasse à frente.

Diz quem viu que o choque foi de tal forma violento que do animal pouco ou nada sobrou. Apenas a dentição cravada na grelha do automovel. O burro desintegrou-se às mãos deste "Fangio" de sangue vermelho e título azul. Não consta ainda que o nobre tenha chamado a assistência em viagem do ACP. Até porque o Real automóvel clube, como era designado o ACP na sua génese, apenas viria a ser fundado em 1903.

Assim ficou registado, durante a viagem atribulada do conde ao Alentejo, o primeiro acidente de viação motorizado nas estradas de Portugal. Sem perda de vidas humanas é certo, apenas o trágico falecimento de um burro.

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