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24 agosto 2010

Sonhar

Esquecemos 90% dos nossos sonhos

Após 5 minutos acordados, metade do sonho foi já esquecido. Em 10minutos, 90% desaparece. O famoso poeta Samuel Taylor Coleridge acordou uma manhã depois de ter um fantástico sonho (possivelmente induzido pelo ópio) e começou a descrever “visão num sonho”, que é um dos poemas ingleses mais famosos: Kubla Khan. Depois de escrever 54 linhas, foi interrompido por um visitante indesejado. Samuel voltou ao seu poema, mas não conseguiu lembrar o resto do seu sonho. O poema nunca foi concluído.

Curiosamente, o autor Robert Stecenson inventou a história do Dr. Jeckyll e Sr. Hyde enquanto dormia. Frankenstein, de Mary Shelley, também foi filho de um sonho da autora.

Toda a gente sonha

Com excepção de algumas pessoas com distúrbios psicológicos extremos, toda a gente sonha. Os homens tendem a sonhar mais acerca de outros homens, enquanto as mulheres tendem a sonhar igualmente com pessoas de ambos os sexos. Ambos experimentam reacções físicas aos seus sonhos, independentemente da sua natureza (sexual ou outra): os homens têm erecções e nas mulheres aumenta o fluxo sanguíneo vaginal.

Os sonhos previnem psicoses

Num estudo recente sobre o sono, alguns estudantes que foram acordados no início de cada sonho, sem obstante terem sido impedidos de dormir as suas oito horas de sono. Todos experimentaram dificuldades de concentração, irritabilidade, alucinações e sinais de psicose depois após três dias. Quando finalmente foram autorizados a dormir durante o sono REM, os seus cérebros compensaram o tempo perdido aumentando bastante o tempo de sono realizado em REM.

Sonhamos apenas sobre aquilo que conhecemos

Os nossos sonhos estão frequentemente cheios de pessoas estranhas que desempenham certos papéis. Mas não é a nossa mente que inventa essas personagens. Pelo contrário, são rostos reais de pessoas que vimos durante a nossa vida, mas que podemos não relembrar. O carrasco do meu último pesadelo pode bem ter sido o padeiro a quem a minha avó comprava pão quando eu era criança. Como vemos centenas de milhares de rostos por dia é possível que tenhamos um provimento infindável de personagens que nossa mente pode utilizar durante os sonhos.

Nem todos sonham a cores

Existem pessoas com visão normal (12%) que sonham exclusivamente a preto e branco. O restante sonha a cores. Há também temas comuns para os sonhos, sendo as mais usuais situações relacionadas com a escola, ser perseguido, tentar correr e mesmo assim andar devagar, experiência sexuais, cair, atrasar-se, queda de dentes, voar, reprovar num exame ou ter um acidente de carro. É desconhecido se o impacto emocional de um sonho relacionado com violência ou morte é mais maior para a pessoa que sonha a cores ou para as que sonham a preto e branco.

Os sonhos não são sobre o assunto que parecem tratar

Se sonhamos sobre algum assunto em particular não é comum que o sonho seja realmente sobre isso. Os sonhos falam-nos numa linguagem profundamente simbólica. A mente consciente tenta comparar o sonho a outra situação ou coisa similar. É como uma analogia num poema que diz que as formigas são como máquinas que nunca param. Num sonho nunca comparamos algo com esse mesmo algo, assim como na poesia, por exemplo: “Aquele belo pôr-do-sol era como um belo pôr-do-sol”. Portanto, seja qual for o símbolo escolhido pelo sonho, é muito improvável que o propósito do sonho seja o símbolo em si.

Quem pára de fumar tem sonhos mais vívidos

Os tabagistas que fumaram por muito tempo e pararam reportaram mais sonhos vívidos do que os tidos previamente, antes de cessar o consumo. Além disso, de acordo com o Journal of Abnormal Psychology “de entre 293 fumadores que se abstiveram entre uma e quatro semanas, 33% disseram que tiveram ao menos um sonho sobre fumar. Na maioria dos sonhos as pessoas estavam a fumar e sentiam fortes emoções negativas como pânico e culpa. Os sonhos sobre fumar resultaram da desistência do hábito, uma vez que 97% dos voluntários não os tinham enquanto fumavam e a sua ocorrência aumentou significativamente durante o período de abstinência. Estes sonhos foram relatados como mais vívidos do que os sonhos normais e mostraram-se tão comuns como os grandes sintomas de abstinência do tabaco”.

Estímulos externos invadem os nossos sonhos

A este fenómeno dá-se o nome de “Incorporação no Sonho” e é a experiência em que a maioria de nós ouve um som do mundo real no seu sonho e o incorpora de alguma maneira. Um exemplo semelhante acontece quando sentimos sede ou vontade de urinar no mundo real enquanto dormimos e a sensação é transportada para o sonho. A maioria das crianças, já grandes, urina na cama por causa da incorporação: estão com a bexiga cheia, sonham que estão “aflitos” e urinam no sonho ao mesmo tempo que molham a cama. Pessoas que ficam com sede durante o sono narraram beber copos de água dentro do sonho para, minutos depois, ficar com sede e novamente beber outro copo. O ciclo repete-se até o momento em que a pessoa acorda.

Paralisamos durante o sonho

Acreditemos ou não, o nosso corpo fica virtualmente paralisado durante o sono. Isto ocorre possivelmente para nos prevenir de por em prática movimentos relacionados com os nossos sonhos. Durante o sono há glândulas que segregam uma hormona que ajuda a induzir o sono e os neurónios enviam sinais à coluna vertebral que causam o relaxamento do corpo, com consequente paralisação do indivíduo.

Os cegos também sonham

Indivíduos que ficam cegos após o nascimento conseguem ver imagens nos seus sonhos. Por outro lado, quem já nasce invisual não vê qualquer imagem, mas relatam sonhos igualmente vívidos relativamente a estímulos sonoros, olfactivos, tácteis e emocionais. Isto porque o nosso corpo "usa" o sonho e as sensações por ele causadas como um incentivo virtual para que tenhamos o sono de que tanto necessitamos.

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